quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Aprecie sem moderação


Minha relação com o Jiu Jitsu é bastante longa. Quando criança, no Judô, ouvia histórias sobre os conhecimentos de Jiu Jitsu do Sensei Ciro, que não poderiam ser ensinados pois eram muito poderosos, impróprios para garotos. Uma vez encontrei na biblioteca da casa dos meus avós um livro ilustrado sobre Jiu Jitsu que não sei onde foi parar. Ficava vendo aquelas imagens em preto e branco e com a certeza que queria aprender a Arte Suave. Depois de um tempo, meu pai me contou que comprou o livro na época dos combates épicos entre Hélio Gracie e Waldemar. Ou seja, já fazem seguramente, mais de 35 anos que sou vidrado nesse negócio.... a maior parte dos meus parceiros de treino nem era nascida ainda...

Vários atletas que iniciaram o Jiu Jitsu comigo já chegaram à faixa preta. Os múltiplos papéis que desempenhamos, às vezes terminam por "atrapalhar" nossas caminhadas. Tomamos decisões que nem sempre são as melhores, priorizando determinadas coisas e deixando de lado outras. Parar de treinar, por exemplo, significa bancar o risco de ficar "enferrujado", estressado, pesado, lento e por aí vai. Depois de tantas idas e vindas, vejo que isso é muito pior do que deixar de ganhar do mestre uma faixa nova no final do ano e ficar atrás dos caras que antes estavam atrás de você. 

Já fiz muitas escolhas erradas na minha vida. Todas foram e são importantes para o meu aprendizado. Mas hoje,  independente dos meus 43 anos, independente da cor da minha faixa, vejo que acertei em cheio ao incluir o Jiu Jitsu na minha vida.

Tenho visto gente começando e parando. Tenho visto grandes retornos, como o de Sensei Iuri Alves, um exemplo de que sempre dá pra voltar, e voltar bem! Tenho visto "creontagem", e acho que isso nunca vai acabar. Mas algo me alegra bastante - tenho visto pais levando seus guris cada vez mais novos para o treinos, como é o caso de "Berruga" e "Aritana", filhos dos irmãos de kimono Lucas e Marcão. Aliás, meu filho também tem ido de vez em quando aos treinos, no tempo dele, como diz o mestre Zé Mário. Também tenho visto "coroas" iniciando e outros em plena forma, como é o caso do parceiro de treinos Armando "Tecknic", um monstro com seus quarenta e poucos anos.

Cheguei onde queria - hoje, com meus quarenta e poucos, fico feliz de poder treinar com garotos que têm a idade do meu filho ou de serem meus filhos, cheios da força dos hormônios da adolescência e validar que a arte é realmente suave. Depois de "trocar porrada" até o mestre gritar "tempo", esses garotos não acreditam quando digo minha idade! Obrigado Sensei Zé Mário! Obrigado ZMT! Obrigado Jiu Jitsu! 

Ainda tenho muito o que aprender. E vou aprender. Se puder ensinar (adoro ensinar, inclusive Jiu Jitsu), farei isso. Mas sei que minha caminhada nos tatames ainda é muito longa.

Vejam esse link. Retrata um pouco do que conversamos hoje. Ossss!    

http://www.delariva.com.br/dela/as-licoes-do-novo-faixa-preta-de-jiu-jitsu-gene-pace-de-78-anos/

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